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domingo, 24 de outubro de 2010

Roni

Há algum tempo, um conhecido meu teve a infelicidade de ter as pernas amputadas. Quando foi ao INSS pedir aposentadoria, teve seu pedido negado. O motivo: disseram que ele poderia trabalhar. Mesmo sem as pernas.
  Fico pensando: se fosse um dos parentes dessa pessoa que negou seu pedido, será que ele o negaria a ela também? É claro que não!
  Mas esse é o mundo em que vivemos. Esse é o Brasil. Essa é a nossa vida. Vamos então lutar e fazer a nossa parte por um mundo melhor.
  Mas, fatalmente, hoje, fui a um velório de um amigo de trabalho - pois eu, apesar de ser artista e trabalhar com a arte, e querer fazer somente isso, ainda assim tenho de trabalhar com outra atividade (que não gosto, mas necessito), pois o Brasil, além de tudo, não valoriza a arte como deveria.
  Esse amigo tinha um sonho: queria abrir uma locadora de DVD's. Era paraplégico, mas, ao contrário de meu outro amigo, conseguiu se aposentar. Iria deixar de trabalhar e abrir seu negócio no fim deste ano (2.005). Mas ele foi até o hospital, se queixando de dor na perna , o médico disse que teria de amputar, ele amputou e de repente, morreu no hospital, depois de um coma induzido.
    Alguns conseguem o que desejam, outros não. Para falar a verdade, não sei o que eu queria dizer com essa mensagem e nem consigo entender, como alguém, que descobriu a sua missão neste mundo, parte de repente, deixando tudo para trás... A única coisa que sei, é que eu queria deixar alguma coisa para esse meu amigo.
  Caro, Roni: apesar de nossos ideais não terem sido tão em comum, em comum era a nossa amizade, e eu sinto sua falta, aqui, agora.
  Desejo que você esteja bem, e que os deuses te abençoem e mantenham o seu ser alegre como sempre foi, onde quer que você esteja.
 
  Para Ronaldo Paixão.
                 In Memorian.
                                16-julho-2.005.

Lis-Andros

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