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domingo, 24 de outubro de 2010

Nada é Inútil. 06/09/2.005 Nothing is useless.

O mestre caminhava pelas ruas de sua antiga cidade natal, quando avistou um grande companheiro de infância. Depois de conversarem um pouco, seu amigo descobre que ele agora se tornou um grande místico, envolvido em muitas causas humanitárias. Conviveu com ele durante todo o tempo em que permaneceu na cidade e observando seu comportamento, achava-o muito estranho.
  Observava quando o mestre guardava uma embalagem de chocolate vazia até encontrar uma lata de lixo para poder jogá-la. Quando via um pequenino inseto numa poça d'água e o salvava. Quando acariciava os animaizinhos na rua e ajudava os mendigos, que a noite dormiam debaixo da ponte e durante o dia trabalhavam, tentando vender isqueiros, pilhas, etc... Observava-o quando instruía sutilmente as crianças que praticavam vandalismo nas ruas, ou os adultos que usavam de violência severa contra essas mesmas crianças; quando colava em murais textos de sua autoria e de outros autores famosos como Shakespeare, Oscar Wilde, Paulo Coelho, tentando despertar a consciência das pessoas.
  Certo dia, quando o mestre estava quase partindo, resolveu perguntar.
  - Você faz todas essas coisas e eu me pergunto: porquê? Por acaso não vê que enquanto coloca um papel de bala no devido lugar outras cem pessoas o jogam na rua? Que muitos não dão a mínima para esses pequeninos insetos que você insiste em salvar? E os animais? Enquanto você acaricia um, milhares sâo abandonados, morrem de fome e frio. O mesmo se dá com os mendigos. Enquanto você instrui as crianças num dia, no outro elas retornam aos seus atos de vandalismo e continuam a ser espancadas por seus pais. Nâo vê que, quando coloca suas mensagens nos murais, no dia seguinte, já não estão mais ali: foram arrancadas pelos tolos? Por acaso não vê que tudo isso o que você faz é muito pequeno e pouco ante a ignorância do mundo e das pessoas?
  O mestre olhou para o amigo e sorriu.
  - Concordo plenamente com você. Tudo isso é pequeno e pouco. Diversas vezes percebi que os meus gestos, e o de muitas outras pessoas nesse mundo, parecem insignificantes quando comparados a essa onda de maldade e desrespeito que ocorre pelo mundo. Muitas vezes me perguntei se tudo isso tinha algum sentido e algum valor. Muitas vezes pensei em desistir. Mas não o fiz porque descobri que, apesar de tudo isso ser pouco e pequeno, jamais será inútil.
 
Lis-Andros. 

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