Na época medieval, depois de auxiliar o rei na noite dos pedintes (em que os súditos faziam solicitações, reclamações, etc) um grupo de legisladores estava no salão de festas do castelo, se embriagando e se divertindo após o cansativo compromisso. Um deles propôs uma brincadeira:
- Das moedas de ouro que recebi hoje, dou 3 para quem, numa perna só, proclamar uma lei definitiva. Uma lei que resolveria todos os nossos problemas para que pudéssemos passar mais tempo nos divertindo neste salão do que julgando o conflito dos outros.
Chegou o primeiro. Ergueu a perna, mas mal havia proclamado as primeiras palavras e caiu de bêbado, estatelando-se no chão. Todos riram do infame. Com o segundo ocorreu o mesmo. E o terceiro e o quarto. Vendo a brincadeira estava um camponês, que havia tido a plantação incendiada por um rival, perdido toda a colheita e a chance de ganhar o faturamento daquele ano. Por falta de provas não teve como condenar seu inimigo e seu prêmio de consolação foi participar da festa no salão do rei e a isenção dos impostos durante toda a estação, até a próxima colheita.
Após o quinto candidato o camponês teve a ousadia de se pronunciar:
- Eu gostaria de ditar uma lei que seria capaz de mudar tudo e facilitar a vida para vocês. Uma única lei, que se praticada, seria capaz disso.
- Mas você é um camponês! Lembro-me de você em meio aos pedintes. Não sabe ler, não sabe escrever. Só sabe cavar buracos para enterrar sementes. Acha que seria capaz de criar uma lei, melhor do que um de nós?
- Deixo o tentar! - disse rindo um dos legisladores, o primeiro a cair no chão em seu discurso.
Todos os legisladores colocaram os olhos no camponês, zombando e fazendo gracejos.
O camponês levantou uma das pernas e todos silenciaram-se ao ouvir uma pequena frase, a lei única, que poderia tornar tudo mais fácil para todos e que mudou as suas vidas para sempre:
- Não faça com os outros o que você não quer que seja feito com você.
Os legisladores aplaudiram, vibrando e o camponês ganhou as 3 moedas de ouro.
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