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quinta-feira, 14 de março de 2013

Porque você persiste?


Algo muito estranho aconteceu. Lancei ontem meu novo CD  Blessed Be! Hoje tive meu primeiro comprador. Alguém que gostou do meu trabalho, tanto a ponto de pagar por ele. Até aí tudo bem, não fosse um pequeno detalhe: há alguns anos atrás eu decidi disponibilizar toda a minha discografia de graça na internet. Todos os CDs, todas as músicas, tudo livre. Acreditei que por ser um pequeno músico era por isso que minha obra não tinha visibilidade e a única forma de conseguir que ela se espalhasse pelo mundo seria essa. Eu iria gerar renda através de publicidade em meu site e isso até que deu certo, mas gerou uma renda muito baixa e não o suficiente para que eu pudesse realizar meu grande sonho: viver apenas da minha arte.

E estando tudo de graça, o que as pessoas que tem acompanhado meus álbuns através desses anos pensariam com esse novo CD sendo cobrado novamente? Provavelmente a maioria não deva estar achando nada legal, claro, todas preferiam que continuasse como estava. Mas, não estando eu mais satisfeito em distribuir tudo gratuitamente (como quero viver de minha arte cedendo tudo dessa forma?), não me sentindo confortável com isso, resolvi mudar.

E hoje tive essa primeira venda. A primeira pessoa que talvez tenha acompanhado meu trabalho durante alguns anos e gostou do novo CD. Decidiu que valia a pena investir seu dinheiro em minha arte. Algo muito legal, mas estranhamente eu não me senti bem com isso. A sensação era de achar o que a pessoa estava pensando em pagar pelo meu trabalho? Porque ela fez isso? Cheguei a conclusão de estar atravessando um momento de crise, dentre tantas que passei  (e que todo mundo naturalmente passa na vida). Sentindo que minha arte não vale nada, que estou eu fazendo, quem penso que sou para presunçosamente disponibilizar algo com a pretenção de que alguém tenha interesse nisso?

Talvez eu esteja acostumado com o "fracasso". Durante anos empreguei muito tempo e dinheiro em algo que não me deu 10% de retorno financeiro do que foi investido. Algo que desde o início fiz por Amor, por gostar. Algo que por um tempo disponibilizei gratuitamente pelo simples prazer de compartilhar, mas que agora não mais me apraz. Algo dizendo que somente deixando tudo de graça eu teria reconhecimento, que só assim era certo. Mas durante todos esses anos agindo assim minha arte "não deu certo". Isso causa feridas. Isso causa cicratizes. E quando nos acostumamos demais com a luta, às vezes o início da paz parece assustar. Eu não sei se vou conseguir, não sei se dará certo, mas só de pensar no sucesso (no verdadeiro) não me senti merecedor.

Eu cheguei a desistir de ser músico há uns 2 anos atrás (coisa que jamais pensei que iria fazer). Decidi largar tudo mesmo e abandonei. Mas senti que algo me faltava. Nunca consegui entender exatamente o motivo, mas a música dá sentido a minha vida. E isso me fez retornar (sem ela eu não sou nada). Esses momentos de dúvida sempre vão surgir (na minha e na sua vida) e haverá momentos em que você não vai mais acreditar em nada, em que seu sonho parece simplesmente isso, um tolo e pretencioso sonho, algo em que você não sabia no que estava pensando ao se envolver. E vai se lembrar de tanta gente que foi em busca de algo e desistiu. Mas dessas pessoas a história não lembra. Ela só se lembra dos sonhos que deram certo, porque essas pessoas, mesmo nos momentos difíceis, mesmo em meio a dúvidas, nunca desistiram. Pessoas que levaram 5, 10, 15, 20 anos, mas um dia "chegaram lá". Claro que existem pessoas que passam a vida tentando e nunca conseguem. Mas isso é relativo. Eu não estou falando aqui de obter riquezas, fama e glamour, estou falando simplesmente de fazer o que se gosta e poder ao menos sobreviver vivendo somente disso. A 2° parte pode ser pouco demorada a chegar. Mas eu sei que desistir é uma palavra que pode lhe tirar até mesmo isso.

Me lembrei de um conto de Paulo Coelho, onde ele conta a história de um minerador, que depois de escavar por muito tempo, perder todas as economias, resolve desistir e abandonar tudo. Atira com raiva um pedaço de pedra na parede da caverna e logo em seguida, no lugar onde a pedra bateu, caem alguns cascalhos e brilha uma enorme e maravilhosa pepita de ouro.

Sou suspeito para falar, mas digo que minha obra tem qualidades e potencial. Deixo na verdade as pessoas que admiraram meu trabalho responder essa pergunta: "Lembra Enya e Kitaro". "Me lembrou Mark Knopfler (ex Dire Straits) em sua carreira solo" "Parabéns" "Gostei muito". A avaliação de meus álbuns em meu site A Música do Mundo está na casa de entre 4 a 5 estrelas. Então eu me pergunto o que poderia "estar errado"? Nada, é a resposta. Tudo acontece como tem que acontecer. Tudo tem seu tempo e sua hora e nada é como a gente deseja, mas como a Divindade Criadora de tudo (essa Energia que está em todo lugar) deseja. E o fluxo sempre segue como Ela determina. E isso inclui desistir ou prosseguir. A única diferença está aqui: você nunca irá saber como seria se terminar desistindo.

Desistir pode ser algo simples, mas o que implica à sua vida é muito maior do que você pode pensar. Muitas pessoas começam algo e após algum tempo de desilusão perdem o entusiasmo e param. E começam algo novo e param novamente ao encontrar novos desafios e dificuldades. E este ciclo nunca finda.

Não é tolice fazer o que fazemos. Não é tolice as pessoa se aproximarem de você pelo que você faz. Somos todos amigos. Somos todos irmãos. Mas essas dúvidas irão surgir. Esteja preparado. E mesmo que você não acredite em mais nada, mesmo que pareça que ninguém está a seu lado, saiba que é importante continuar caminhando. Porque você só poderá encontrar o oásis no deserto se manter a caravana em movimento. E talvez o que encontre não seja o que você sonhou. Talvez seja apenas uma pequena poça que logo secará. Então você partirá em busca do próximo oásis (porque a vida é uma eterna busca) e continuará, pois sabe que se deixar de viajar as pessoas que estão contigo irão perder junto com você e ninguém jamais saberá o que poderia ter sido encontrado.

Hoje eu vendi pela primeira vez o meu novo CD. E com a graça dos deuses, a primeira de muitas vendas.

Do filme Matrix:

O agente Smith fala, com Neo ajoelhado a seus pés:

- Por que, Sr. Anderson? Por que você faz isso? Por que levantar-se? Por que se manter lutando? Você acredita que está lutando por alguma coisa? Por algo mais que sua sobrevivência? Você pode me dizer o que é? Você sabe o que é? Por liberdade? Ou verdade? Talvez paz? Sim? Não? Poderia ser por amor? Ilusões, Sr. Anderson. Caprichos da percepção. Construções temporárias de um intelecto humano fraco, tentando desesperadamente justificar uma existência sem significado ou propósito. Vidas tão artificiais quanto a própria Matrix. Embora somente a mente humana poderia ter inventado algo tão insípido como o amor. Você deve ser capaz de enxergar. Você deve saber disso agora. Você não pode vencer. Não há sentido em continuar lutando. Por que Sr. Anderson? Por que? Por que você persiste?

- Porque eu escolhi - responde Neo.

O Ritual Cátaro do Consolamentum


Nós já temos todas as respostas. Só nos falta a paciência, intuição e fé de que mais cedo ou mais tarde ela nos será revelada.

Tenho um cuidado muito grande ao escolher o nome de minhas músicas. Acredito que cada uma delas está carregada de energia e possui uma história (tanto que cheguei a escrever 2 livros procurando expressar o que elas queriam dizer. Veja aqui e aqui). Após escolher o nome, procuro pesquisar bem para ver o que ele significa. Se o nome traz algo negativo trato de trocá-lo, mesmo que seja um nome bonito. Um exemplo foi quando batizei intuitivamente uma música como "O Canto do Cisne". Depois descobri, pesquisando no Google, que reza a lenda o cisne nunca canta, exceto antes de sua morte. Para mim isso não soou bem e abandonei o nome, deixando apenas como Cisne. Para mim, escolher um nome ruim pode amaldiçoar uma canção e não gosto disso.

Algumas vezes, levo dias para escolher o nome da música. Para mim é um ritual, é algo muito importante e sagrado. Muitas vezes fico frustrado, pois o resultado parece nunca chegar. Acabei de compor uma canção cuja tonalidade modifica no meio do andamento (é uma das singularidades que costumo imbuir em minhas composições). E a escolha do nome estava difícil: Ritual de Passagem me lembrava morte (não que seja ruim, existem outros rituais de passagem, mas não me senti bem); Devido à mudança de tonalidade, tentei "O Caminho da Autotransformação", nome de um excelente livro; Em seguida O Vazio Criador, nome de um artigo que escrevi anteriormente a este; Mas nada estava harmonizando.

Até que finalmente a inspiração chegou, repentinamente, de forma mágica, como sempre acontece quando queremos muito algo. Olhei para o meu teclado, no visor o nome do instrumento principal que rege a música,  Consolament e achei o nome muito bonito. E melhor: combinava perfeitamente com a música. Pesquisei na maravilhosa enciclopédia chamada internet e descobri que consolament, em inglês, remete a um ritual Cátaro, o consolamentum. Apesar do ritual do consolamentum também estar ligado a passagem, em nada me desagradou e nada de negativo pairou em minha consciência. Admirei a história do catarismo  (apesar de não concordar com algumas privações cátaras) pelo fato de haver uma certa "oposição" à igreja e decidi que cabia perfeitamente em minha música.

E novamente eu me senti um tolo, por duvidar de que a Inspiração Divina surge sempre e que nunca ficamos sem resposta. Basta esperar, confiar e maravilhar-se da forma simples e reveladora com que ela nos chega, sempre nos preenchendo com sua sabedoria e autoconhecimento.

O Vazio Criador


Existe um ponto em que você parte para o tudo ou nada, onde está diante de um caminho em que pode desistir ou prosseguir - e é aí em que quase todos desistem. Eu chamo esse ponto de "Vazio Criador".

Na hora de compor minhas músicas, quase sempre atravesso esse "vazio". Muitas das minhas composições me vem à mente quando estou trabalhando, me divertindo, caminhando, assistindo TV. São pequenas estrofes que tomo o cuidado de anotar mentalmente e gravá-las logo em seguida (caso contrário as esqueço e perco completamente - já perdi muitas melodias bonitas assim). Um dia escolho uma e inicio o processo de gravação.

Mas quando não tenho interesse de gravar nada pronto, sento-me diante do teclado e inicio a esmo uma nova canção. Vou moldando as notas, criando solos. Algumas vezes porém surge um imenso vazio, um nada absoluto. Continuo tentanto, surgem alguns acordes, mas que nada contribuem para uma canção  interessante. O Vazio Criador está ali, eu sei disso, pronto a me dar uma grande inspiração, mas a vontade de parar e iniciar outro trabalho toma conta de mim. Tenho vontade de desistir e começar outra composição.

Então eu insisto, porque já fiz isso outras vezes. Quando achei que a canção estava perdida, fui em frente. Passei horas, dias trabalhando na mesma obra que parecia nunca ficar boa. Até que finalmente as peças se encaixam, a melodia flui. Instrumento por instrumento, nota por nota, tudo vai se harmonizando e depois de alguns dias (ou semanas) a música está pronta. Um exemplo é minha música "Aldebaran & Antaris", uma das minhas preferidas de tudo o que compús e minha preferida do álbum "A Busca Spiritual". 

Quantos de nós não chegou nesse ponto, não encarou o Vazio Criador e desistiu daquilo que para nós nos era querido? Um trabalho, um hobby, uma idéia, um sonho. Sim, todos nós já abraçamos e seguimos um caminho por empolgação para desistirmos dele logo em seguida (eu mesmo já fiz isso várias vezes). Mas eu não falo de coisas transitórias, não falo de pequenas atitudes tomadas por impulso e sem pensar - essas podemos voltar atrás, quando queremos, sem medo e sem culpa (cuidado apenas com suas palavras e com a frequência disso, quanto mais você dá sua palavra e volta atrás, menos você passa a acreditar e confiar em si mesmo). Falo daquilo que mais gostamos, que acreditamos ser algo fantástico, ser nossa missão, nosso objetivo e que, num momento de Vazio e de dificuldade, desistimos. O Vazio Criador nos derrotou.

Neste momento eu costumo analisar o nome do "fantasma" que me assombra e por qual motivo lhe dei esse nome: Vazio Criador. Porque me deixa em dúvida quando na verdade é um momento de inspiração disfarçada, onde me pergunto "Será que vale a pena prosseguir?". Mas que quando chego perante o Vazio eu simplesmente prossigo, com a impressão de estar teimoso, mas sabendo ser a atitude necessária neste caso. Pode ser difícil, cansativo, exigir horas de dedicação, mas eu sigo em frente. E por levar em conta apenas o objetivo primordial "É isso que eu faço, é isso que escolhi e que dá sentido à minha vida", eu encontro incentivo para prosseguir. E mesmo com dificuldades, mesmo com as dúvidas querendo frear o meu entusiasmo, a perseverança me faz vencer e finalizar meu trabalho com êxito. Porque o Vazio Criador é aquele que cria, apesar de querer nos deixar na inércia. Porque nos mostra que tudo na vida exige de nós comprometimento, força de vontade, persistência e fé. O Vazio Criador é uma ponte e a vida nos cobra um preço para cruzá-la. E somente aqueles que estão dispostos a pagar esse preço conseguem atravessá-la.

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O Castelo nos Pirineus


Compondo minha nova música "O Castelo nos Pirineus" inspirada na obra de Jostein Gaarder (O Mundo de Sofia), passei mais uma vez pelo frequente exercício da paciência. Gravar uma música é um processo parecido com o de escrever um livro. O autor revisa, corta algumas partes, insere outras, verifica se o andamento da obra possui um ritmo bom, se não está longa ou curta demais. Finalmente, lê e relê diversas vezes seu manuscrito e conclui se a obra está ou não apta para publicação.

Com a música não é diferente. Inicia-se o processo de gravação de cada trilha, insere-se ou retira-se instrumentos, verifica-se se a música não está muito longa ou curta, realiza-se cortes, insere-se trechos e estrofes. Após estar tudo bem gravadinho, andamento em ordem, duração adequada, eu costumo ouvir e ouvir repetidas vezes a música, para concluir com certeza se todos os instrumentos estão harmoniosos e nenhum se sobressai. Ouço até não aguentar mais e tenho que concluir e renderizar a música (juntar todas as faixas numa só). Nesta hora fico inseguro e me pergunto se não deveria ter ouvido mais, mixado mais, se a finalização não ficou ruim (mesmo depois de exaustivas horas e mais horas fazendo isso).

Paulo Coelho nos diz que chega um determinado momento em que devemos seguir em frente, mesmo que não tenha concluído seu trabalho exatamente do modo como gostaria, pois o Diabo mora nos detalhes (e pode nos escravizar por isso, fazendo-nos perder tempo sem necessidade). Para comprovar este fato, hoje coloquei minha esposa para ouvir minha música e dizer se não havia um lado dela tocando mais alto que o outro (se o estéreo não estava desequilibrado, como eu jurava estar). Após terminar de ouvir, fez um comentário até meio técnico (ela é leiga no assunto), retratando exatamente o que eu havia concluído: "Para mim está ok, um instrumento toca deste lado, depois do outro, mas parece ser normal". E era: um violino fazia um efeito que tocava do lado esquerdo e depois do direito. Mas o estéreo estava equilibrado.

Cheguei à conclusão de como somos críticos demais conosco. Somente nós, criadores, somos capazes de enxergar "defeitos" onde os fãs não enxergam. No fim de tudo, temos que realizar uma filtragem em nossa mente, respondendo apenas uma pergunta: "Isso está do jeito que eu gosto ou estou preocupado com o que outros irão dizer?"

Ouvi mais algumas vezes, nivelei os volumes da maneira que eu queria e renderizei a música. O Diabo mora nos detalhes, mas com certeza  meus ouvintes não o encontrarão neles, pois apenas o necessário foi considerado e os detalhes excessivos, que foram ignorados, não deixaram espaço para alguém habitar. Faça bem feito, mas não exagere. Tome cuidado para não se tornar obsessivo e criar seu crítico demônio pessoal, que irá escravizá-lo, deixá-lo exausto e acabar com o seu entusiasmo.

O Futuro é você quem faz!


Depois de algum tempo afastado, de atravessar um período negro de dúvidas e indecisões (quase desistindo da minha carreira como músico new age e chegando a desistir de escrever), estou de volta. Acredito que todo mundo atravessa um período desses na vida. Onde sua fé não é mais a mesma, seu entusiasmo reduz, o cansaço o põe no chão. Às vezes, é necessário abandonar tudo para poder dar valor ao que se tinha, para meditar e recarregar as forças. E para recomeçar minhas publicações, algo interessante e que tem a ver com isso: presente, futuro. O que será e o que não será da vida:

Minha esposa lê a "sorte". Desde a adolescência tem um interesse grande por Tarôs de todos os tipos e possui uma pequena coleção deles em casa. Ela faz as previsões e leituras apenas para familiares e amigos e nunca cobra por isso. Nunca vi falando nada contra quem cobra, mas ela não faz e não se sentiria bem com isso.

O engraçado é que é incrível como suas previsões dão certo. Ela não é vaga, não diz nada que possa ser ambíguo, que lhe deixe margem de dúvidas. Lembro-me quando previu que minha carreira como músico passaria por turbulências, dificuldades, inveja, humilhação e, finalmente, um período de prosperidade. E num curto espaço de tempo, tudo o que predisse aconteceu. A perda de trabalho, a dificuldade financeira, dificuldade de conseguir novos trabalhos; inveja de pessoas muito próximas que desdenhavam o que eu fazia; o fato de chegar a  pedir ajuda, ser ajudado mas humilhado por isso e, finalmente, o período de prosperidade que iniciou em 2008. E dentro da família as previsões seguem o mesmo rumo: sexo do bebê (ela nunca errou) coisas boas ou não tão boas com determinado parente, trabalho, amor...

Todos ao seu redor, por ficarem impressionados, sugerem que ela abra uma sala para atendimento. Que está desperdiçando o dom somente com a família e amigos. Até eu já sugeri isso, mas ela é resoluta. Acredita que cobrar pode retirar sua intuição ou seus dons. E eu respeito a sua decisão. Só fico triste porque muitas pessoas que realmente possuem este dom estão "ocultas do mundo", enquanto muitas - que não o possuem, os charlatões - estão por aí, várias enriquecendo com isso a custa de mentiras.  Existe muita gente séria, que cobra por seu trabalho, é claro. Mas existe muita gente enganando as pessoas.

Voltando às previsões, claro que algumas vezes as coisas tomam rumos diferentes e não ocorrem como predito. Perguntei a ela o que acontece nesses casos e a sua resposta:
- Prever o futuro é algo intuitivo. É como prever o tempo. As pessoas podem dizer que vai chover ou fazer sol durante o dia ou a semana, mas uma massa inesperada muda toda a previsão. Então, chega a chuva ou brilha o sol, quando você não esperava. Assim é com a sua vida. Algo pode estar previsto para acontecer com você de determinada maneira, mas o que você faz agora, no presente, pode modificar o seu futuro. A sua previsão é válida de acordo com a sua vida hoje. Mude seu hoje e seu futuro também mudará.

Porque o futuro não existe, só o presente existe. O futuro é apenas uma consequência do que você está fazendo agora. Concentre-se no agora, com fé, com objetividade, com paixão, com Amor e você mesmo será capaz de prever a sua vida. Porque ela vai estar acontecendo agora e não no futuro.

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Fraqueza


É fraqueza entre ovelhas ser leão.
(Camões)

E quem sabe num mundo pacificado, tenhamos menos pessoas metidas a "machões", que acreditam que ser insensível é ser forte, que acreditam que o Amor é uma fraqueza, e que a fraqueza é um defeito. Quando, na verdade, é apenas uma das inúmeras coisas que nos torna humanos.

Ninguém pode ser forte o tempo todo: você deve temer quando deve temer, chorar quando tiver que chorar e não manter as aparências. A verdadeira fraqueza humana é não ter a coragem de mostrar ao mundo quem você é de verdade.

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Você não tem tempo pra nada?


Eu tinha que trabalhar hoje pela manhã. Mas decidi gastar o meu tempo escrevendo este artigo.  

Parece que o tempo voa. O dia começa, quando percebemos a noite chegou, e somente nessa hora, quando estamos no sofá, lendo ou assintindo a TV, ou em um momento qualquer de lazer é que nos damos conta disso. A semana inicia e mesmo quando reclamamos que no trabalho o tempo passa devagar, ainda assim os dias passam rapidamente e quando vemos, chegou a sexta-feira. O fim de semana então, nem se fala. Logo nos vemos no início de tudo, recomeçando. O ano começa, acreditamos que desta vez teremos mais consciência do tempo linear que acompanha nossas vidas, mas quando vemos, 9 ou 10 meses se passaram. Acreditamos que os anos, estes demorarão a passar. Mas se colocamos uma data que se passou como parâmetro, dizemos: "Nossa, o tempo voou, mas parece que foi ontem".

Porque o tempo passa tão depressa? Todos tem suas teorias acerca do tempo. Mas é claro que ele não passa, nem mais devagar, nem mais depressa. Tudo depende da nossa percepção dos momentos que vivemos e principalmente, daquilo que fazemos para desfrutar melhor o nosso tempo. Praticamente todo mundo tem uma saudade imensa de quando foi criança. "Aquilo é que era vida", costumam dizer. Muitas pessoas guardam suas melhores lembranças dessa época, ou de sua juventude. E muitos ainda guardam lembranças de momentos felizes, em que estavam cercados de amigos ou de pessoas especiais, em momentos especiais. E a sensação de que o tempo passou mais devagar, ou foi mais marcante, vem do simples fato de que estavam contente, se divertindo, investindo seu tempo naquilo que realmente importava: sua felicidade!

As crianças desfrutam melhor a vida e aproveitam mais o tempo por possuírem uma habilidade incrível de estarem conectadas com o presente, com o aqui, agora. É claro que o tempo livre que possuem ajuda muito e para uma criança que ainda não tem ideais e nem objetivos isso basta. Elas aproveitam, vivem o presente de forma magnífica e marcam a infância para sempre em sua memória. Mas tempo livre não é tudo. Afinal, adolescentes que já entraram na fase do trabalho também aproveitam de forma excepcional seu tempo. Mesmo com menos tempo livre, por também possuírem a habilidade de estar conectadas com o presente, conseguem trazer suas "melhores" lembranças desta época.

Então, o que fazer para se ter mais tempo? A resposta é: gastando seu tempo! Ao contrário do que se pensa, quanto mais você "gastar" o seu tempo, quanto mais investí-lo, mais você irá aproveitá-lo. Muitas pessoas acreditam cegamente no fato de que quando se aposentarem ou quando ficarem ricos e tiverem tempo livre (como as crianças), daí sim aproveitarão mais a vida. Ledo engano. Milhares de pessoas entram em depressão ao não terem mais o que fazer. Muita gente se aposenta e entra nesse estado. Outros, afortunados, que passam o tempo sem nada a fazer, enfrentam a mesma situação.

É importante ter um objetivo na vida. Importante procurar aquilo que o Universo determinou a você, sua missão. Alguns amigos que não acreditam em Deus ou em espiritualidade me questionam: "Mas e quem não acredita?". Eu retruco, "Você crê no Amor?" Independente da resposta ser sim ou não, eu questiono se ele acredita em princípios morais. Se a resposta é sim, pergunto se ele se sente melhor fazendo algo que acrescente alguma coisa boa pelo mundo ou não. Geralmente a resposta é positiva. Então busque um objetivo! Seja pela fé no Universo, seja pela moral, seja pela consciência. E para todos, crentes ou não, se você ainda encontrou ou não seu objetivo, invista seu tempo somente em coisas que valham a pena: ser honesto, educado, nos amigos, nas coisas que gosta de fazer para se divertir, ajudando os outros da forma que melhor lhe convier. Acredite, é muito mais fácil ser uma pessoa positiva e moralmente correta. A energia gasta nisso será muito menor e melhor do que fazendo o contrário (experimente). Enquanto você trilha o seu caminho em busca do seu objetivo supremo, essas pequenas coisas farão seu tempo passar melhor, de forma mais proveitosa, significativa e marcante. E finalmente, quando você descobrir sua missão, será algo a acrescentar nesse currículo. Sua missão, apesar das dificuldades, deverá lhe trazer prazer, alegria, satisfação (que amenizará os contra-tempos). E nela "gastando" seu tempo, não verá o tempo passar e terá a sensação de que nunca aproveitou melhor o tempo que possui.

Investir o seu tempo, gastar o seu tempo e ter o que fazer, fará com que você desfrute plenamente os seus momentos e aproveite seu tempo e sua vida. Uma vida sem um objetivo é uma vida vazia e tudo o que é vazio é inútil. É como um vazo raríssimo e muito caro, que serve apenas para enfeitar a estante da sala, enquanto que o vazo mais barato, que esta no chão desta mesma sala, é aquele que contém a terra, abriga a mais rara flor e sustenta a sua vida. Lembro-me de uma frase de J R R Tolkien (O Senhor dos Anéis) que diz: "Tudo o que nos cabe decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado". E o que você está fazendo com a porção de tempo que lhe foi concedida? Se você é uma pessoa apressada, chegou a hora de parar e descobrir o que fazer com este tempo. Vá em busca de algo que te faça feliz, que lhe traga alegria, lhe traga bons momentos.

Pessoas que vivem o tempo a esmo são as que vivem mais frustradas (casa trabalho, trabalho casa, por ex.), vendo apenas a vida passar e nada mais. Pois o tempo passa "rápido" para quem o desperdiça e "devagar" (é melhor aproveitado) por quem escolhe algo que realmente lhe faça bem, lhe faça feliz e decide investir e "gastar" seu tempo e sua vida nisso. Disse Jorge Luis Borges: "A Vida é feita de momentos". É somente assim, indo atrás de sua alegria, de coisas que te façam bem, é que os momentos serão marcantes e te farão ver que o tempo que corre melhor é o tempo bem "gasto",  bem desfrutado, bem aproveitado, bem investido. Somente assim você terá a sensação de que mesmo que "rápido" ou "devagar", o tempo passou, mas foi realmente e plenamente vivido.

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Os Legisladores



Na época medieval, depois de auxiliar o rei na noite dos pedintes (em que os súditos faziam solicitações, reclamações, etc) um grupo de legisladores estava no salão de festas do castelo, se embriagando e se divertindo após o cansativo compromisso. Um deles propôs uma brincadeira:
- Das moedas de ouro que recebi hoje, dou 3 para quem, numa perna só, proclamar uma lei definitiva. Uma lei que resolveria todos os nossos problemas para que pudéssemos passar mais tempo nos divertindo neste salão do que julgando o conflito dos outros.
Chegou o primeiro. Ergueu a perna, mas mal havia proclamado as primeiras palavras e caiu de bêbado, estatelando-se no chão. Todos riram do infame. Com o segundo ocorreu o mesmo. E o terceiro e o quarto. Vendo a brincadeira estava um camponês, que havia tido a plantação incendiada por um rival, perdido toda a colheita e a chance de ganhar o faturamento daquele ano. Por falta de provas não teve como condenar seu inimigo e seu prêmio de consolação foi participar da festa no salão do rei e a isenção dos impostos durante toda a estação, até a próxima colheita. 


Após o quinto candidato o camponês teve a ousadia de se pronunciar: 

- Eu gostaria de ditar uma lei que seria capaz de mudar tudo e facilitar a vida para vocês. Uma única lei, que se praticada, seria capaz disso.
- Mas você é um camponês! Lembro-me de você em meio aos pedintes. Não sabe ler, não sabe escrever. Só sabe cavar buracos para enterrar sementes. Acha que seria capaz de criar uma lei, melhor do que um de nós?
- Deixo o tentar! - disse rindo um dos legisladores, o primeiro a cair no chão em seu discurso. 

Todos os legisladores colocaram os olhos no camponês, zombando e fazendo gracejos.
O camponês levantou uma das pernas e todos silenciaram-se ao ouvir uma pequena frase, a lei única, que poderia tornar tudo mais fácil para todos e que mudou as suas vidas para sempre: 

- Não faça com os outros o que você não quer que seja feito com você. 

Os legisladores aplaudiram, vibrando e o camponês ganhou as 3 moedas de ouro.