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domingo, 24 de outubro de 2010

Pensar Diferente (para sermos iguais) 19/09/2008 Think Different (to be equal)

- O que é preciso para mudar o mundo? - perguntou o repórter ao mestre, com uma voz carregada de sarcasmo, durante a convenção no grande auditório, onde milhares de pessoas foram ouvir suas palavras.
- Amor. Só ele é capaz de mudar o mundo. Se você acha difícil amar, comece utilizando um de seus sinônimos: respeito, delicadeza, paciência, tolerância,  benevolência, mansidão, serenidade, humildade, alegria, compaixão, felicidade, unidade, divisão...
- Tenho ouvido que pensar diferente é uma forma de mudar o mundo - completou, procurando uma maneira de encontrar uma falha nos ensinamentos do mestre e ridicularizá-lo na frente da  multidão.
- Deveras. O pensamento é uma arma poderosa, capaz de criar e materializar tudo o que desejamos, desde que tenhamos fé nesse pensamento.
- Isso é Deus? - ele estava quase lá. Mais um passo e tudo terminaria da maneira que desejava.
- Sim. Isso é Deus. Adquirir uma nova forma de pensar e passar a agir da maneira que pensamos. Pensar e agir, são duas maneiras de mudar o mundo. Mesmo que com a menor das intenções. O esforço de apenas um indivíduo, na menor das coisas, já é capaz de fazer a diferença. Sintonize sua forma de pensar com sua maneira de agir.
E agora o golpe final. A pergunta que costumava fazer a muitos "gurus" da era moderna e que acabava sempre em desastre, tirando-lhes a compostura. Eles começavam falando mansamente, mas, conforme a insistência do repórter, passavam a tentar convencer a multidão, geralmente com teorias espiritualizadas sem nenhuma base ou fundamento concreto.  Quando não tinham nada mais a dizer, e para se safar de todas as questões, terminavam com um taxativo: "Você deve ter fé. Sem ela, nada é possível", separando os crentes (num caminho inexistente), das pessoas despertas, que eram guiadas pela razão e inteligência. No outro dia, uma matéria em destaque e debochada no jornal, dizendo com palavras cultas, e indiretas zombeteiras, que mais um charlatão e enganador havia sido descoberto, como sempre.
Mas aquele não era um dia como os outros. Pois aquele não era um mestre como os outros.

Tudo era diferente.
- Não seria esse um pensamento prepotente e nada humilde? -  perguntou o repórter. - Pensar diferente: significa ser diferente, querer se destacar da humanidade comum, das pessoas que trazem um estilo de vida comum? Afastar de si pessoas que muitas vezes não têm o desejo de se tornar espiritualizadas, e que, muitas vezes, sequer acreditam em Deus?
 
O mestre lançou um olhar sereno ao repórter e respondeu:
- Não. Começando pela última pergunta, o maior erro da humanidade é crer que, para se desenvolver uma revolução espiritual, elas precisam crer no mundo do espírito e com isso se tornar diferentes das pessoas descrentes. Isso não é necessário. Na verdade, eu prego apenas uma nova consciência, para crentes e descrentes. Um caminho que possa existir para aquele que tem fé, e também para o ateu. Porque o Amor, e seus sinônimos, como o respeito, digo, repito e insisto, podem existir para todos. Não é preciso crer nos deuses ou seguir essa ou aquela religião para se adquirir uma filosofia como esta e definitivamente mudar o mundo.
"Quanto à primeira questão, para mim, pensar diferente significa considerar os sinônimos do Amor para com tudo e todos. Agir no dia-a-dia praticando esses sinônimos: praticar uma revolta amorosa, não contra a violência, mas a favor da paz, não contra o mal, mas a favor do bem. Quando nos opomos a algo, damos ainda mais força a isso. Sempre a favor de algo, nunca contra; Agradecer pelo novo dia que começa, pela saúde que temos. Podemos ter uma vida financeira ou social difícil, mas olhar as coisas boas e agradecer, tirando o foco das coisas negativas, deixando de falar das estrelas que não nasceram, e sim daquelas que estão a brilhar. Mas agradecer a quem? Aos deuses. Se você não acredita? Agradeça por agradecer. Você irá se sentir bem. Não posso provar como e porque isso acontece, mas garanto que você irá se sentir bem com isso. Mas se você não se sentir bem, e me disser isso com sinceridade, eu paro de realizar minha pregação por esta nova consciência; Ao ver uma pessoa na rua, ao invés de pensar: essa não é uma boa pessoa, cumprimentá-la e abençoá-la (porque todos podem, bendizer e abençoar, mesmo sem fé) e se não for possível desejar isso a ela em voz alta, o faça mentalmente; Recolher do chão aquele papel de bala que o vizinho jogou, sem nunca reclamar (um dia, por seu ato paciente e benevolente, ele irá parar de jogar sujeiras na rua - eu sei, porque já pratiquei isso); Ajudar aquele artista que se apresenta na rua, porque a arte é importante, mesmo que não entendamos direito porquê (muitas revoluções mundiais ocorreram por causa da arte e ela está a curar o mundo, servindo até como terapia); Se você não gosta de dar dinheiro  ao pedinte, compre do vendedor ambulante aquele doce que ele está vendendo, aquela caneta, mesmo que você não precise dessas coisas, mesmo que elas não tenham o valor que o vendedor pede - afinal, ele está trabalhando, e você quer ajudar a quem trabalha; Guarde o lixo reciclável e separe ao catador de papéis; Se não gosta dos animais, ao menos respeite-os (o sinônimo do amor, de volta) - você não precisa tratá-los mal, não é verdade? - somente os tolos agem assim; Aliás, você não precisa tratar nada ou ninguém de maneira agressiva. Podemos sempre, em todo e qualquer ato, agir de maneira benevolente, saudável, positiva, com ou sem Deus, com ou sem fé no mundo espiritual ou no Universo. O Amor e seus sinônimos, repito e insisto novamente, existem para todos e se praticados, te farão bem. E não é necessário nenhuma pesquisa sobre isso, nada é necessário para te mostrar que o mundo é o reflexo de suas ações e te devolvem, imediatamente, o que você lança nele: se você pensa bem de uma pessoa, é você quem sente o bem desse pensamento. Se você ajuda alguém, desde que com vontade e prazer de fazer isso, se sentirá bem. Enfim, se tem prazer nas coisas que faz, para as pessoas e pelo mundo e o faz por livre e espontânea vontade, não se sentirá bem? Alguém precisa realizar uma pesquisa para mostrar e provar a verdade dessa Lei tão simples?"
 
O mestre parou de falar. O repórter estava mudo. Não achou que seria inteligente continuar com seu sarcasmo. Porque acreditava, de certa forma, na lei da qual o homem falava: ação e reação. Pensar diferente, ser diferente, agir diferente. Até agora ele acreditava ser uma dessas pessoas, mas percebia como projetava isso de maneira errada. Portanto, ao invés de questionar o mestre de forma irônica, seu silêncio era uma forma de não resistir. E resolveu praticar, naquele momento, esta nova lei, deixando tudo fluir, ao invés de encontrar uma falha nos ensinamentos do homem. Abandonar o que não acreditava e aceitar aquilo que lhe era bom. Apoiar as boas idéias ao invés de querer destruí-lo, simplesmente por ele ser "diferente" dos demais. A poucos instantes, isso lhe fazia sentir raiva, pois levava-o a  acreditar que a maioria desses líderes separava a humanidade, ao invés de uní-la. Nunca havia pensado que, mesmo sendo alguém sem fé, poderia adotar uma consciência saudável e racional como aquela. Ao invés de raiva, nutriu pelo sábio mestre um sentimento de admiração. Lhe direcionou em pensamento a melhor das intenções. O sentimento que isso lhe trouxe foi bom, e realmente provou que a Lei funcionava, instantaneamente, sem que precisasse ser provada cientificamente. Sem que precisasse acreditar nos deuses.
 
Como se soubesse o que ele estava pensando, o mestre sorriu e olhou para o repórter. 
 
- Se pensar diferente nos torna arrogantes e soberbos aos demais? Bem, você sabe que isso não é verdade. Somente quando criarmos este tipo de filosofia unificada e mostrarmos que o ceticismo e a fé espiritual caminham juntas, é que faremos as pessoas entenderem que no dia em que todos pensarem diferente, só então seremos todos iguais. 

Todo o auditório aplaudiu de pé. A vida de muitas pessoas, inclusive a do repórter, havia mudado para sempre. Porque o mestre não estava tentando convencer ou converter ninguém. Ele estava simplesmente, amando. E isso, de certa forma, não o tornava diferente, mas fazia toda a diferença.

                                                                                                                            Lis-Andros

Travesseiro de Seda 21/06/2008 - Silk Pillow

Quando Hafid, um pobre músico das redondezas, conseguiu a fama e o sucesso, deixou para trás o passado pobre, de luta e sofrimento. Hafid nasceu ao norte do pequeno vilarejo, sua mãe havia morrido cedo e seu pai o criou, trabalhando duro no campo para ganhar umas poucas moedas. Hafid levou anos para conseguir chamar a atenção de alguns estrangeiros, que às vezes passavam pelo local. Mas finalmente, a fama e o sucesso que tanto desejou, chegaram. Um rico viajante gostou do seu trabalho, financiou sua carreira e as contratações não cessaram depois disso. Após ficar rico, parou de andar com os amigos do passado, tornou-se mais exigente com as roupas que vestia, o alimento que trazia para casa e desdenhava praticamente tudo, fazendo sempre um comparativo com a vida medíocre que levara. Deixou seu pai morando na mesma casa que outrora, enquanto morava numa mansão,  no alto da montanha, onde recebia poucas visitas. Uma dessas poucas visitas era um amigo, também músico, de muita fama e sucesso. Porém, diferente dele, havia tido uma família rica desde a infância, mas que, assim como Hafid, não sabia dar valor às pequenas coisas que possuía. Certo dia, o pai de Hafid, muito doente, pediu que o filho o visitasse. O rapaz recuou inicialmente, pedindo que seu pai fosse até sua casa, pois não gostava de andar por aquela parte pobre do vilarejo. Mas foi informado de que o estado de seu pai era realmente grave e não teve outra opção. Chegando ao vilarejo, virava o rosto para os pobres e mendigos, fazendo uma expressão de repulsa para tudo e todos. Quando entrou no casebre que vivera outrora, viu seu pai deitado no leito. Foi até ele.

- Tenho pouco tempo. Logo deverei realizar algumas apresentações no palácio do rei. Por favor, seja breve.

- Por muitas vezes, meu filho, tentei abrir seus olhos para a ganância e cobiça que brotaram em seu coração. Mas é claro, isso foi em vão. Muita gente pobre, por sorte ou destino, consegue um dia adquirir grande riqueza, e a maioria delas nunca ergue a cabeça em direção ao sol, pois sabe que isso irá cegá-las - é um claro sinal de humildade, de saber valorizar a riqueza adquirida, pelo passado difícil que tiveram. Geralmente as pessoas que não sabem dar esse valor ao que possuem, já nasceram afortunadas desde criança, como é o caso do seu amigo. Ele nunca passou dificuldade na vida, nunca soube o que é a dor de sustentar um filho com o pouco ganho dia a dia no campo. Ele só saberá dar valor ao que possui, se um dia perder tudo isso - o que não desejo a ele e a ninguém, com toda certeza.
"Mas você, meu filho, que veio de baixo, de uma vida humilde, deveria saber que você não é feito do dinheiro e da fama que possui. Que isso um dia poderá passar e trazer-lhe muita dor. Deve lembrar que um dia foi igual a todos os habitantes desta vila. Veja que este desprezo que trás por eles, agora que é um homem rico, é o mesmo desprezo que outras pessoas em sua posição traziam por nós, por você. E você sabe: isso não é nada agradável. Quantas vezes você não desejou que ao invés desse desprezo eles nos trouxessem um pouco de sua compaixão e ajuda? E agora meu filho, você age feito um deles. Não aprendeu, apesar de eu sempre haver lhe falado, de que era necessário adquirir primeiro a riqueza espiritual, para saber o que fazer com a riqueza material. Pois quem não sabe disso muitas vezes compra um travesseiro de seda para apenas chorar sobre ele mais tarde.

O pai de Hafid estendeu a mão, pedindo que o filho a segurasse. O rapaz ficou um pouco desconfortável, mas permitiu que o contato permanecesse, enquanto seu pai tornava a falar.

-   Minha vida está chegando ao fim. Neste momento eu meditei muito sobre tudo o que aconteceu comigo até aqui. Eu também lutei muito por riqueza, trabalhei noites sem fim e quase não dei atenção à você e sua mãe e me arrependo muito disso. Percebi que a vida não é feita somente de trabalho, de dinheiro, de aparências e ilusões. A vida é feita pura e simplesmente de Amor e de pessoas. Agora, na hora de minha morte, a única coisa que me vem a mente são as pessoas que amo, pois isso, percebo, são as coisas mais importantes do mundo. Eu não me importo mais com os sonhos que não realizei, nem com o dinheiro que deixei de ganhar, nem com a humilhação que sofri durante esse tempo. A única coisa que me importa são as pessoas que me são queridas e a dor, de saber quão pouco tempo eu passei junto delas.

"Preste atenção em minhas palavras, meu filho. Um dia a velhice irá chegar até você. Um dia você não terá mais os amigos com quem caminhou, não terá sua esposa, e talvez até mesmo seus filhos estejam longe de você. E no fim de tudo, quando você se der conta disso, poderá ver que já é tarde demais, e que o tempo  não voltará para que você possa reviver os preciosos momentos que nunca teve com as pessoas que ama. É isso, e não o dinheiro ou a carreira que venera, que realmente importa. Guarde isso em seu coração. É o pedido de seu velho pai antes de partir.

Hafid chorou amargamente. Ouvira certa vez que somente um acontecimento muito intenso poderia mudar a vida de uma pessoa e agora acreditava nisso. Naquele mesmo dia, enquanto retornava para casa, passou a reparar nas pessoas do vilarejo. Pessoas iguais a ele, com sonhos parecidos com o dele: ter uma vida confortável, tranqüila, "ser alguém na vida". E sentiu-se grato por tudo o que possuía, por não ter mais que sacrificar suas horas como músico pelo trabalho no campo; suas fartas e refinadas refeições pelo pão seco que era obrigado a comer na infância; as belas e finas roupas que vestia pelos trapos que o deixavam passar frio no inverno... Sentiu pena, ou melhor, compaixão, como seu pai dizia ser o termo adequado, das pessoas dali. E decidiu que iria ajudá-las de alguma forma - quem sabe chamando a atenção de seus nobres contratantes, que muitas vezes viajavam pela região. Promoveria apresentações na praça da cidade e arrecadaria fundos para a população, trazendo riqueza para a cidade. Mas uma de suas primeiras atitudes, foi trazer seu pai para morar com ele e lhe dar mais atenção e cuidado naquela hora tão difícil.

O pai de Hafid morreu duas semanas mais tarde - as duas semanas mais intensas que o rapaz havia vivido com ele. Conversaram sobre tudo o que não haviam conversado durante toda a vida. Onde as máscaras não imperavam, onde só a verdade e o Amor, de duas pessoas que descobrem ser esse o verdadeiro sentido da vida, existiam.
Anos mais tarde, quando Hafid estava velho e cheio de dias, pegou-se pensando em seu pai e naquelas duas semanas tão felizes que haviam vivido. Pensou também em sua esposa e filhos, nos amigos que freqüentemente visitavam sua casa e no povo do vilarejo, que havia conquistado uma vida um pouco mais digna, ainda pobre, mas ao menos livre da miséria.  E a lembrança de todas essas pessoas fez escorrer de seus olhos algumas lágrimas.
"Lágrimas de Amor e de alegria, não de tristeza", pensou Hafid, aconchegando o rosto em seu fino travesseiro de seda.

                                                                                                                            Lis-Andros

Mil Vidas, Mil Mortes 31/05/2008 - Thousand Lives, Thousand Deaths

Quando Francisco de Assis recebeu de um menino a notícia de que um de seus vizinhos, que morava sozinho e não tinha família, havia morrido, se encarregou de cuidar dos animais que haviam ficado órfãos - um cachorro, dois gatos e um passarinho. Este último, o garoto o havia trazido até ele. Estava preso numa gaiola. Como Francisco de Assis era o protetor dos animais, tratou de libertar o pobre bichinho e colocou-o numa outra gaiola, que ele mesmo havia construído. Era muito grande e com uma diferença das demais gaiolas que existem por aí: sua porta vivia sempre aberta, para que ali viessem e fossem embora os pássaros que assim o desejassem. Ao observar o fato, o menino exclamou:
- Não faça isso.O antigo dono do pássaro o mantinha preso por medo que ele morresse, vítima de um predador ou por algum acidente. Também gostava de admirar sempre que desejasse a sua beleza.
- Ninguém tem o direito de manter a vida enjaulada. Por acaso ele se sentiria bem, preso num quarto com grades?  É muito belo admirar este animal na natureza, onde ele torna-se ainda mais belo. Onde, uma única visão dele, durante toda uma vida, valeria a pena, pois traria a alegria de uma vida livre.

O menino foi embora. O pássaro, após alguns instantes, voou, experimentando o sabor de bater suas asas no espaço infinito, até perder-se no azul profundo do céu. E nele, voou como nunca havia voado. Visitou os mais altos montes, rios, lagos e até mesmo montanhas. Conheceu grandes florestas e pousou no topo das mais altas árvores. Nunca havia se sentido tão bem ou sido mais feliz.

Depois de muito tempo, já cansado, parou para beber água, perto de um riacho e começou a comer alguns insetos que havia na grama. Até que, de repente, um enorme gavião surgiu, querendo caçá-lo. O passarinho voou, esquivou-se no céu, mas não conseguiu evitar as garras do forte predador. Enfim conseguiu soltar-se e penetrar num buraco de árvore, onde  o gavião não mais alcançou-o. Ao perceber que não havia mais perigo, resolveu sair da toca. Todo machucado e ferido gravemente, pensou no homem que o havia libertado e decidiu ir em busca de ajuda. Voou velozmente de volta, avistou a enorme gaiola com sua porta aberta e lá pousou. Francisco de Assis, ao ver o pobre animalzinho ferido, o acolheu em suas mãos. Ele sabia que o pássaro não resistiria. Olhou para ele e por um instante teve seu olhar retribuído. Era como se o pássaro estivesse agradecendo pelo pouco, mas proveitoso e feliz momento que tivera. Como se tivesse vivido muitas eras, num único instante. Enquanto o pássaro agonizava, Francisco de Assis, chorando, disse a ele:
- Sei que sofres agora. E isso me deixa muito triste. Mas em breve estarás ao lado do Criador, onde tudo lhe parecerá como um sonho distante. E quando lá encontrar o seu antigo dono, diga a ele este meu recado: "Que se mil vidas eu tivesse e se em mil vidas eu tivesse lhe encontrado, ainda assim mil vezes eu teria lhe soltado, pois por mil vezes experimentaria, o sabor da liberdade".                               .
                                                                                                                            Lis-Andros

Apocalypto

Os maias estavam ao redor da fogueira, ouvindo o ensinamento do ancião:
- E o Homem sentou sozinho, numa tristeza profunda. E todos os animais sentaram e disseram:
"Não gostamos de ver você tão triste. Peça-nos o que quiser e você o terá."
- O Homem disse:
"Quero ter boa visão."
- A águia respondeu:
"Terá a minha"
- O Homem disse:
"Quero ser forte."
- A onça disse:
"Vai ser forte como eu."
- Então o Homem disse:
"Quero saber os segredos da Terra."
- A serpente respondeu:
"Vou revelá-los a você."
- E assim foi com todos os animais. E quando o Homem tinha tudo que eles podiam dar ele partiu. E então a coruja disse aos outros animais:
"Agora o Homem sabe muito e pode fazer muitas coisas. De repente tenho medo."
- A corça disse:
"O Homem tem tudo de que precisa. Agora sua tristeza vai acabar."
- Mas a coruja respondeu:
"Não. Eu vi um vazio no Homem. Grande como uma fome que ele nunca vai saciar.  É isso o que o deixa triste e isso o que o faz querer mais. Ele vai pegando e pegando, até um dia em que o mundo dirá:
'Não mais existo e nada mais tenho para dar'." 

 
 Retirado do filme Apocalyto, de Mel Gibson.
"Quando a última árvore for cortada,quando o último rio for poluído,quando o
último peixe for pescado, aí sim eles verão que dinheiro não se come..."


                                                                              (Chefe Sioux)

O Místico e o Homem Comum - The Mystical and the Common Man

Era final de ano, quando o místico estava enfermo e foi parar num hospital. Ao seu lado um homem comum fazia companhia a ele. Parecia triste. Por isso o místico resolveu perguntar, para tentar animar o homem:
- O que faz da vida? - disse, para utilizar sua resposta e dar-lhe uma orientação logo em seguida. Algo que aprendera no caminho e que pudesse mudar a vida do homem comum.
- Sou relojoeiro.
- E é feliz?
- Não conheço homem mais feliz do que eu - respondeu e surpreendeu o místico.
- E você, o que faz? - perguntou o homem comum.
- Escrevo sobre a filosofia da vida, através dos caminhos mágicos. Mas não se iluda, apesar de ensinar, ainda sou aprendiz dos Mistérios. Mas e você, tem alguma religião, estuda algo nesse sentido?
- Não. Eu nem acredito em Deus, se quer saber. Apenas realizo meu trabalho, coisa que mais gosto no mundo, com Amor. Afinal, apesar de não acreditar em Deus, acredito no Amor e se Deus é Amor, como todos dizem, estou seguro, pois sei que sigo o caminho certo. E voltando ao assunto, trabalhando  com Amor, coloco todos os meus bons sentimentos nesse sentido e sei que ele acaba sendo transmitindo aos outros. Minha relojoaria está sempre cheia, como prova disso.

O místico silenciou, riu de si mesmo e aprendeu mais uma nova lição em sua caminhada. Que cada um aprende a Verdade à sua própria maneira. Cada um, a seu modo, encontra O Sagrado Caminho de Si Mesmo. E encontra a Divindade Criadora, de uma maneira diferente, mas ainda assim A encontra.

- Siga o seu Caminho, meu amigo. E seja feliz, pois esse é o único e maior Desejo dos Deuses.

Os dois recuperaram a saúde e  saíram do hospital antes das comemorações  do fim de ano. E, mesmo apesar das diferenças, mesmo o místico sendo forte na fé e o homem comum um Ateu,  se tornaram grandes amigos.  Pois uma Força Maior unia os dois numa mesma sintonia: o Amor, que existe para qualquer pessoa capaz de abrir o seu coração.

Um bom final de ano!


Lis-Andros

A Competição é Inútil - The Competition is Useless

Quando o empresário encontrou sérias dificuldades .e descobriu que um grande mestre, considerado conselheiro de muitos outros executivos, estaria em sua cidade, decidiu encontra-se com ele:

- O mercado é pequeno para a atividade que exerço. A competitividade é grande. É preciso aprender muito sobre isso - disse o empresário, no salão do hotel.
- Mas existem grandes empresas nesse mesmo ramo, algumas muito grandes. O que me diz sobre isso? - retorquiu o mestre.
- Sorte?
- Muitos começaram como você - disse o mestre.
- O que preciso fazer? Como vencer a concorrência. Como competir com as grandes empresas tendo um espaço, um capital e um mercado tão pequeno como o meu?
- Deixando de competir.
- Como assim? Essa parece ser a técnica mais absurda que alguém já me contou.
- O que vou dizer agora é a chave de todo o sucesso e de toda a felicidade, tanto de um homem de negócios, como o de uma pessoa comum: A Competição é Inútil!
" A partir do momento que uma pessoa faz aquilo que realmente gosta na vida, não se preocupa em competir, não tenta competir, não deseja competir. Ela produz o fruto de seu trabalho, de seu sonho, e o coloca no mundo para que tenha contato com ele quem assim o desejar. Defina um preço justo, sem competir com ninguém e aqueles que se afinizarem com o teu trabalho, terão interesse em adquirí-lo; A competição só trouxe coisas ruins para o mundo: a banalização da matéria prima, cada vez mais utilizada e desperdiçada, a aceleração do trabalho nas empresas e a exaustão dos funcionários, brigas comerciais, intrigas, guerras...  Trabalhe honestamente, coloque um preço justo em tudo o que fizer e que garanta o teu sustento, faça o aquilo que realmente gosta, com Amor, sem se importar somente com o dinheiro e você alcançará o verdadeiro sucesso que um homem pode encontrar. Disso provém a verdadeira realização.

Um segurança surgiu, para acompanhar o mestre ao salão onde daria uma palestra. Antes de sair ele falou ao empresário:

"E isso vale para tudo em sua vida. Dan Millman era um atleta que não entrava em competição com seus oponentes e treinava duro, apenas pelo prazer de fazer o que gostava, apenas para dar o melhor de si, sem se importar com seus rivais. Sentia-se sempre merecedor da vitória, por saber que lutava e treinava arduamente. E nunca se sentia frustrado com a derrota, pois sabia que havia dado o melhor que poderia de si mesmo, sem se importar com os outros. E na minha opinião, ele sempre era um vencedor. Afinal, por ele não estar competindo, ninguém podia competir com ele".
Lisandro

Aquilo que deixamos - What we


Um mercador muito rico, tinha como seu maior deleite juntar cada vez mais dinheiro
. Dedicava-se sempre ao trabalho e pouco tempo dispunha para sua diversão. Era arrogante, avarento, teimoso, preocupado - certo dia quase teve um ataque do coração quando descobriu que uma de suas caravanas quase havia sido roubada e não dormiu até saber que havia chegado a seu destino.

 Nunca havia pensado no dia em que deixaria este mundo e que toda aquela riqueza nele ficaria.
Até que lhe sobreveio uma doença muito grave, que o deixou sem esperança de vida. O homem de quarenta anos aparentava 70, estava branco feito a neve, não dormia, mal se alimentava direito. O homem se abateu, entrou em depressão. O médico havia lhe dado poucos meses de vida.
Até que, caminhando de volta para casa observou ao longe, nas montanhas, uma velha que lá vivia. Era uma sábia ermitã. E como geralmente paramos para pensar na vida quando ocorrem grandes mudanças, ou grandes tragédias, foi que o homem ponderou sobre sua vida e sobre a vida daquela anciã. E decidiu ter com ela.
- Olá, como se chama?
- Não há nome algum pelo qual possam me chamar. Foi aqui nas montanhas, sozinha comigo mesma, que descobri o princípio de todas as ilusões e a causa de todos os males.
- Como pode viver sem ter um nome? E sem ter nada, além da relva e da solidão?
- Cada um vive de acordo com sua Missão neste mundo e essa é a minha.

- A solidão?
- Não. Meditar sobre a profundidade das coisas. Eu era uma mulher muito rica, possuidora de inúmeras propriedades, mas não era feliz. Até que certo dia decidi abandonar tudo e me isolar do mundo. Até descobrir que não somos limitados às coisas que julgamos possuir, nem ao nome ou a posição que temos 
na sociedade.
- Isso quer dizer que devemos abandonar tudo e sermos pobres?
- Não, você não me entendeu. Esse foi o meu caminho, porque assim desejei, por que isso me fez feliz. Cada um deve descobrir o seu caminho. E quanto a riqueza, não aconselho que a abandone aquele que não deseja proceder assim, nem há motivo para isso. Não há nada de errado em ser rico.
"Mas há algo de errado em não saber utilizar bem a sua riqueza. É preciso adquirir riqueza espiritual, para depois saber o que fazer com a riqueza material. Saber que não somos aquilo que temos, não somos o poder e a riqueza e, do mesmo modo, não somos a pobreza. Na verdade,nenhuma das duas coisas existe.
A única verdade é que somos o verdadeiro eu, aquilo que há por dentro e não a máscara que o sociedade nos impõe.

A Velha olhou para o homem, sabendo qual era  a sua aflição e disse, finalmente:

- Não sei se você crê nos deuses, se tem alguma religião, se segue algum caminho espiritual. Mas isso não importa. O que te direi serve para qualquer pessoa, em qualquer lugar, com qualquer crença: Mede-se a vida de alguém dessa maneira: nobre é a vida de um homem que lutou para ser feliz, que lutou por tudo o que era bom para si mesmo, sem ferir, sem agredir, sem prejudicar ninguém. Boa foi a vida de uma pessoa que, no fim de tudo, foi lembrada pelas boas coisas que deixou à memória da humanidade. Do mundo nada podemos levar, por isso importa apenas aquilo que deixamos.

O homem foi embora e mudou sua vida radicalmente: passou a realizar exercícios suaves ao ar livre, deixou de se preocupar com coisas sem importância - se suas mercadorias chegariam a tempo, ou se seriam roubadas. Passou - porque isso lhe fazia feliz -  a ajudar todos que precisavam -  afinal, possuía dinheiro suficiente para viver  mais de cem vidas nesta terra. Quando entrava em disputas comerciais, não se preocupava mais se iria ganhar ou perder essa ou aquela venda. Pois descobriu que  ser um mercador era o que mais amava e o seu amor fazia com que oferecesse quase sempre o melhor negócio, quase sempre a melhor oferta, sem precisar competir com os outros  e até descobrir que toda a competição era inútil. O amor ao que fazia vencia tudo.

O homem superou a doença, viveu tranquila e serenamente até os seus 96 anos e se tornou o maior vendedor que o mundo já conheceu. 

Lis-Andros


Serviu de inspiração para este texto, a história do empresário Henry Ford.

                                                                                                                                     Lisandro

O Último Combate - The Last Battle

“Certa vez, ainda criança, estava deitado em meu leito, brincando a luz de velas. De repente assustei-me ao perceber um vulto entrando pela porta: era uma aranha, enorme e venenosa.
“Saltei da cama rapidamente e apanhei um pedaço de pau. Encurralei o bicho num canto do quarto e fiquei observando-o. Sem que eu esperasse, a enorme aranha veio correndo em minha direção. Num golpe rápido e certeiro aniquilei o inseto.
“Hoje me peguei refletindo sobre o assunto, procurando encontrar uma lição neste pequeno incidente. Primeiro analisei o desespero da aranha: presa, procurando encontrar uma saída da morte. Como não havia possibilidade de escape e ela sabia que viveria fugindo até o suspiro final, instintivamente  decidiu me atacar. E preferiu fazer isso do que partir deste mundo sem honra. Preferiu lutar a morrer feito uma covarde".

Lis-Andros

Ser Vegetariano - Being Vegetarian

 
Ultimamente tenho me dedicado a republicar no meu novo site os contos que escrevi durante os anos. Mas hoje, analisando as coisas e aguardando o fim de ano, resolvi escrever uma coisa nova, para entrar no clima. E também porque fazem meses que não escrevo nada novo.
Sou pagão e não comemoro o Natal, e de certa forma nem mesmo o ano novo (por que para os pagãos o ano novo começa noutra época). Mas, como a egrégora de fim de ano é forte, não deixa de representar um novo ciclo. Por isso resolvi escrever sobre um tema que representa uma mudança muito importante em minha vida e na qual me empenho para alcançar definitivamente neste ano.
Ser Vegetariano.
O mundo e a humanidade já está suficientemente evoluída para não precisar mais sacrificar os animais para matar a sua fome. Afinal, o mundo moderno já descobriu que centenas de alimentos possuem as mesmas propriedades necessárias ao nosso organismo que a carne possui . A soja é o exemplo mais perfeito: possui a proteína, a mesma oferecida de útil pela carne animal e ainda por cima pode curar diversas doenças e é menos agressiva e sem toxinas (se um ser humano alimentar-se somente de carne nas 4 refeições do dia, morre intoxicado. Também a a carne leva dias para ser eliminada do intestino e só sai de lá quando apodrece. Sem contar que, mesmo tendo o homem alimentado-se de carne desde os primordios, ainda sim o organismo não tolera a carne em sua totalidade). Basta alguns minutos pela internet para descobrir exatamente o que comer como alternativa à carne. Mas não quero me prolongar sobre isso. A questão é:

O homem pode viver, e muito bem, sem precisar se alimentar de animais. Peixe, gado, aves, tudo isso é superfluo e desnecessário. Afinal a natureza nos fornece de tudo. Dezenas de vegetarianos famosos, como
Beethoven, Bob Dylan, Buda, Confúncio, Gandhi, Goethe, Khalil Gibran, Lao Tsé, Leonardo da Vinci, Paul e Linda McCartney, Pitágoras, Platão, Sócrates, Tolstoy, Voltaire (só para citar alguns) viveram a vida toda muito bem sem a necessidade de carne. Descobriram que o sofrimento animal é maior do que o luxo de seu estômago.
Alguns dizem que tudo o que a terra nos fornece é presente dos deuses. Concordo. Mas se a gente pode fazer algo para aliviar o sofrimento de outras formas de vida, porque não fazê-lo? Será que o bife suculento naquele almoço trivial vale as marretadas na cabeça de um boi? Aquele delicioso peru ou frango vale a faca no pescoço da ave? O pernil vale o pobre porquinho sendo escaldado vivo, com água fervendo sendo seu ultimo fôlego de respiração  pulmões adentro? 
Não faça com os outros o que você não quer que seja feito com você, é a famosa frase. Não quero converter  ninguém, mas conscientizar. E se este texto tocar seu coração e decidir, como eu, tentar uma nova atitude para 2.007, que tal começar, aos poucos? Refeição sim, refeição não. Dia sim, dia não. Invente sua forma. Que tal amanhã? Um dia inteiro sem carne, só para ver como é? Faça algo diferente. Os filhos de pessoas vegetarianas não sentem falta da carne por nunca terem provado seu sabor. E nós só estamos dependentes dela por costume e nada mais. 
Uma pequena atitude, mesmo que aos poucos, pode ser capaz de fazer uma grande diferença. A gente sempre espera mudar o mundo com a atitude dos outros, sem saber que a mudança que tanto sonhamos está para começar, a qualquer momento, com a gente, dentro da gente. Seja com esta atitude, seja com outras.
A mudança é você e está em você. 
Feliz novo ciclo do ano de 2007. 
Lis-Andros

Nada é Inútil. 06/09/2.005 Nothing is useless.

O mestre caminhava pelas ruas de sua antiga cidade natal, quando avistou um grande companheiro de infância. Depois de conversarem um pouco, seu amigo descobre que ele agora se tornou um grande místico, envolvido em muitas causas humanitárias. Conviveu com ele durante todo o tempo em que permaneceu na cidade e observando seu comportamento, achava-o muito estranho.
  Observava quando o mestre guardava uma embalagem de chocolate vazia até encontrar uma lata de lixo para poder jogá-la. Quando via um pequenino inseto numa poça d'água e o salvava. Quando acariciava os animaizinhos na rua e ajudava os mendigos, que a noite dormiam debaixo da ponte e durante o dia trabalhavam, tentando vender isqueiros, pilhas, etc... Observava-o quando instruía sutilmente as crianças que praticavam vandalismo nas ruas, ou os adultos que usavam de violência severa contra essas mesmas crianças; quando colava em murais textos de sua autoria e de outros autores famosos como Shakespeare, Oscar Wilde, Paulo Coelho, tentando despertar a consciência das pessoas.
  Certo dia, quando o mestre estava quase partindo, resolveu perguntar.
  - Você faz todas essas coisas e eu me pergunto: porquê? Por acaso não vê que enquanto coloca um papel de bala no devido lugar outras cem pessoas o jogam na rua? Que muitos não dão a mínima para esses pequeninos insetos que você insiste em salvar? E os animais? Enquanto você acaricia um, milhares sâo abandonados, morrem de fome e frio. O mesmo se dá com os mendigos. Enquanto você instrui as crianças num dia, no outro elas retornam aos seus atos de vandalismo e continuam a ser espancadas por seus pais. Nâo vê que, quando coloca suas mensagens nos murais, no dia seguinte, já não estão mais ali: foram arrancadas pelos tolos? Por acaso não vê que tudo isso o que você faz é muito pequeno e pouco ante a ignorância do mundo e das pessoas?
  O mestre olhou para o amigo e sorriu.
  - Concordo plenamente com você. Tudo isso é pequeno e pouco. Diversas vezes percebi que os meus gestos, e o de muitas outras pessoas nesse mundo, parecem insignificantes quando comparados a essa onda de maldade e desrespeito que ocorre pelo mundo. Muitas vezes me perguntei se tudo isso tinha algum sentido e algum valor. Muitas vezes pensei em desistir. Mas não o fiz porque descobri que, apesar de tudo isso ser pouco e pequeno, jamais será inútil.
 
Lis-Andros. 

O Menestrel - The Minstrel

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. 

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la... e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam... Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa... por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. 

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo... mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão... e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática. 

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens...Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém...
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. 

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.
 
William Shakespeare

Não Pare de Tocar 12/08/05 Do not Stop Play

Todos nos deparamos um dia com dúvidas que acabam se tornando um freio em nossas vidas. Há pouco tempo comecei a perder a inspiração de escrever minhas publicações semanais. Passei a me perguntar (de modo destrutivo) quem era eu para escrever essas coisas? Era eu um mestre, por acaso? Não. Eu era uma pessoa comum, que nem sempre conseguia seguir o que saía de minha boca - embora me esforçasse ao máximo que podia para isso.
Mas, como o pensamento me dominava, a inspiração diminuía, até pensei em parar. É claro que isso não aconteceu, pois a minha determinação sempre foi maior que a vontade de parar. Nem precisei pensar muito. Mas, mesmo assim, a inspiração continuava a diminuir.
  Até que, ao entrar numa papelaria, vi um pequeno texto que me chamou a atenção. Ele dizia mais ou menos assim (embora eu tenha feito uma pequena adaptação):
  Não pare de tocar. 

  Mãe e filho estavam no teatro onde se apresentaria um grande pianista. Enquanto esperavam, a mãe foi a
bomboniere e o menino ficou esperando. O garato reparou que numa porta à sua direita estava escrito: "PROBIDA A ENTRADA DE PESSOAS ESTRANHAS". Isso atiçou a curiosidade do garoto, que entrou pela porta.
  De repente percebeu que estava no corredor que levava ao palco. Caminhou por ele até entrar e deparar-se com o piano utilizado pelo artista.E sem prestar atenção em nada ou ninguém, começou a tocar uma música infantil, "Capelinha de Melão". Nessa hora, enquanto um homem se preparava para anunciar a entrada do famoso pianista, este silênciou o apresentador e dirigiu-se até o piano. Quando o menino viu o mestre pianista se assustou e quase parou de executar a melodia, não fosse o Mestre sussurrar-lhe aos ouvidos: "Nâo pare de tocar". O menino continuou, o Mestre colocou a mão esquerda sobre o piano e começou a tocar algumas notas base. Em seguida a mão direita, e com elas fez um floreio, que enriqueceu ainda mais a música. A mãe do menino estava constrangida, o público espantado, mas, ao fim da música, todos ficaram de pé e aplaudiram aquela diferente apresentação.
 
   Muitas vezes nos sentimos como o garoto:entediados com o marasmo. Encontramos então a porta (que julgávamos) proibida e que nos livra da má rotina. Começamos uma nova vida, uma nova jornada, num mundo que acreditamos ser bem melhor do que o antigo. Mas, de repente, sem sabermos o porquê, passamos a duvidar do caminho, como se fôssemos pequenos e inaptos para tão grandiosa tarefa, como se somente Deus fosse o encarregado por realizar as grandes transformações do mundo. Pensamos nas pessoas que nos observam e dizem "Quem ele pensa que é, para sentar-se no lugar do Mestre? Não sabe ele que é apenas uma pessoa comum, assim como nós?". Então, quando estamos prestes a desistir do caminho que escolhemos com tanto Amor, o Mestre chega e sussurra aos nossos ouvidos: "Não pare de tocar. Eu estou aqui, ao seu lado. Juntos nós somos um só, pois Eu estou  dentro de você e ajo por e com você. Eu vou te ajudar".

  E A Divindade Criadora do Mundo enfeita nossa Música, e nos mostra que, se um dia deixamos de acreditar na beleza de nossos sonhos e nossos objetivos, é porque esquemos que Ela está ao nosso lado, sempre, para retocar com a Força do Universo a Arte que o próprio Universo nos incitou a realizar.

  Achei curioso ter encontrado este texto nesse momento delicado de minha vida. Como eu já disse, jamais desistiria, mas isso me ajudou a renovar a inspiração perdida. Eu não quero ser melhor ou pior do que ninguém. Eu não quero competir com ninguém.  Só estou procurando tocar a minha música, para que um dia, quem sabe, toquemos todos juntos e acompanhados pela Divindade Suprema, A Canção da Vida, a Música Divina, o Som Eterno que existe dentro de cada um de nós.
 
Lis-Andros

Roni

Há algum tempo, um conhecido meu teve a infelicidade de ter as pernas amputadas. Quando foi ao INSS pedir aposentadoria, teve seu pedido negado. O motivo: disseram que ele poderia trabalhar. Mesmo sem as pernas.
  Fico pensando: se fosse um dos parentes dessa pessoa que negou seu pedido, será que ele o negaria a ela também? É claro que não!
  Mas esse é o mundo em que vivemos. Esse é o Brasil. Essa é a nossa vida. Vamos então lutar e fazer a nossa parte por um mundo melhor.
  Mas, fatalmente, hoje, fui a um velório de um amigo de trabalho - pois eu, apesar de ser artista e trabalhar com a arte, e querer fazer somente isso, ainda assim tenho de trabalhar com outra atividade (que não gosto, mas necessito), pois o Brasil, além de tudo, não valoriza a arte como deveria.
  Esse amigo tinha um sonho: queria abrir uma locadora de DVD's. Era paraplégico, mas, ao contrário de meu outro amigo, conseguiu se aposentar. Iria deixar de trabalhar e abrir seu negócio no fim deste ano (2.005). Mas ele foi até o hospital, se queixando de dor na perna , o médico disse que teria de amputar, ele amputou e de repente, morreu no hospital, depois de um coma induzido.
    Alguns conseguem o que desejam, outros não. Para falar a verdade, não sei o que eu queria dizer com essa mensagem e nem consigo entender, como alguém, que descobriu a sua missão neste mundo, parte de repente, deixando tudo para trás... A única coisa que sei, é que eu queria deixar alguma coisa para esse meu amigo.
  Caro, Roni: apesar de nossos ideais não terem sido tão em comum, em comum era a nossa amizade, e eu sinto sua falta, aqui, agora.
  Desejo que você esteja bem, e que os deuses te abençoem e mantenham o seu ser alegre como sempre foi, onde quer que você esteja.
 
  Para Ronaldo Paixão.
                 In Memorian.
                                16-julho-2.005.

Lis-Andros

Bater em Mulher - Hitting Women

Um homem, com alguns hematomas, entra num bar. Dá de cara com alguns amigos, que preocupados, querem saber o que aconteceu.
  - Apanhei de minha mulher - diz ele.
  Então seus amigos caçoam.
  - E você não tem vergonha de apanhar de uma mulher?
  - Não. Eu tenho vergonha é de bater em mulher. É por isso que estou machucado desse jeito - responde o homem.

Abandono - Abandonment

Caminhando de volta para casa, vi uma cena triste - dois garotos correndo em minha direção, passaram por mim, falando um para o outro:
   - Seu idiota! Ele será atropelado!
   - Aí será melhor. O carro mata ele e pronto!
   Quando eu olho para a frente, vejo um pequeno cachorrinho, um filhote, que cabia perfeitamente na palma da minha mão.
   Provavelmente os pais daquelas crianças mandaram as duas fazerem aquilo. Talvez por não poderem cuidar da pequena.
   Mas será que essa é a solução mais fácil ?- com certeza. Mas não é a melhor solução.
   Os pais da criança bem que poderiam ter ficado com o cachorro e oferecido como doação para um amigo. Poderiam ter colocado uma placa na casa, dizendo que havia um filhote alí, para quem quisesse.
   Sorte que, às vezes, as crianças não herdam esse aspecto negativo dos pais. Eu sei disso porque uma vez meus pais me fizeram fazer a mesma coisa e eu o fiz, com uma dor profunda no coração, me desfiz de um pequeno gatinho, abandonando-o num quintal qualquer. Mas hoje respeito e gosto de todos os animais.
   O cachorrinho abandonado provavelmente estava se perguntando:
   -  Onde estão meus donos? Cadê aqueles meninos legais que me seguravam no colo e brincavam comigo? Eles se foram correndo e não os vejo mais!
   Eu vejo o cachorrinho correndo atrás de uma pessoa que vem e depois de outra que vai. Fico imaginando-o, depois de algum tempo, ficando com medo e sozinho, fazendo novamente as mesmas perguntas. Fico pensando se alguém maldoso começasse a bater nele e novamente ele se perguntasse:
   - Eu meninos, cadê vocês?! Tem gente me batendo, eu tô com frio, sozinho!Tomara que voltem logo e espantem essas pessoas más, que me batem, me xingam, me chutam! Tomara que eles voltem e briguem com eles. É sim, daqui a pouco tudo ficará bem, pois eles voltarão e me colocarão no colo como faziam antes. Eles irão brincar comigo e me fazer carinho. E aí tudo ficará bem!!!
   Eu entro em casa, torcendo para que alguma alma abençoada esteja querendo um filhotinho (já que eu não tinha condições de adotar um, pois tinha dois cachorros e dois gatos em casa) e o leve logo para um abrigo, com comida e cobertor.
   E espero que você não seja como as duas crianças, ou como os pais delas. Espero que você saiba que a melhor forma de resolver um problema não é encontrando a forma mais fácil, mas a mais correta. Fácil é abandonar os seus problemas para o mundo resolver. Correto é analisar os seus problemas e encontrar opções para resolvê-los de forma responsável.
   São poucos os que, nessa hora, param para pensar no sofrimento alheio.
   Aquele pobre animalzinho que o diga!
 
   Enquanto as todos continuarem a agir como os pais daquelas duas crianças, mais o sofrimento estará estampado no mundo e o Amor e respeito para com todas as formas de vida estará longe do coração das pessoas.

Lis-Andros

Dar o Melhor de Si - Give the Best Self

Nem todo mundo pode fazer exatamente aquilo que gosta.
Alguns gostariam de ser artistas, músicos, abrir o seu próprio negócio.
E muitos são obrigados a arrumar um trabalho paralelo, muitas vezes completamente oposto ao que realmente queriam fazer.
E começam a ficar frustrados, magoados e a perder o desempenho na função que exercem no momento. Mas é preciso não desanimar. Já que não podemos trilhar o caminho que escolhemos, por que não caminhar da melhor forma possível na estrada que escolhemos agora?
Nada impede você de ter as melhores idéias, de dar o melhor de sí ao trabalho que executa no momento. Não se esqueça que é o trabalho que faz agora que te levará a trilhar o caminho de seus sonhos. Por isso dê o que você têm de melhor. Mas nunca se esquecendo de respeitar a si mesmo, trabalhando no seu ritmo e conciliando o trabalho com o descanso - quem não faz essa conciliação perde o ânimo e não consegue chegar muito longe.
Dar o melhor de si significa jamais querer ser maior e nem se deixar ser menor do que ninguém. Aqueles que disputam com os outros ficam frustrados quando uma pessoa melhor do que elas surge em seu caminho. E aqueles que executam sua função de má vontade, estão dando o pior de si, caminhando sem ânimo e atrasando o seu próprio progresso.      
Dê o melhor de si agora, pois é somente no agora que devemos investir em nós mesmos. É fazendo da melhor forma o trabalho que nos é designado hoje que conseguiremos construir a ponte que nos fará cruzar o abismo que nos separa de nossos sonhos.

Mas se você já conseguiu construir a ponte, está na hora de deixar tudo para trás, seguir em frente e rumar para o desconhecido, para a tão sonhada terra que chamávamos de futuro, o lugar aonde habitam nossos sonhos e tudo aquilo que sempre desejamos, tudo aquilo que realmente gostamos e queremos fazer na vida. Pois é nesta terra, a terra dos sonhos, onde a Vida Verdadeira faz sua morada. Onde há felicidade - dentro do coração de Deus.

Lis-Andros

Oração do Pai-Nosso em Aramaico - Our Lord's Prayer in Aramaic

PAI NOSSO EM ARAMAICO

Abwun d'bwashmaya
Nethqadash shmakh
Teytey malkuthakh
Nehwey tzevyanach aykanna d'bwashmaya aph b'arha.

Hawvlan lachma d'sunqanan yaomana
Washboqlan khaubayan (wakhtahayan)
aykana daph khnan shbwoqan l'khayyabayn

Wela tahlan l'nesyuna
Ela patzan min bisha
Metol dilakhie malkutha wahayla wateshbukhta
l'ahlam almin.
Ameyn.

POSSÍVEIS TRADUÇÕES DO ARAMAICO

1-

Ó Força Procreadora! Pai-mãe do Cosmos,
Focaliza Tua Luz dentro de nós,tornando-A útil.

Crea teu reino de Unidade, agora-

O Teu desejo Uno atue então com o nosso,
Assim como em toda luz
E em todas as formas.

Dá-nos todos os dias o que necessitamos
Em pão e entendimento.

Desfaz os laços dos erros que nos prendem,
Assim como nós soltamos as amarras
Com que aprisionamos
A culpa dos nossos irmãos.

Não permitas que as coisas superficiais nos iludam
Mas libera-nos de tudo o que nos detém.

De Ti nasce toda vontade reinante,
O poder e a força viva da ação,
A canção que se renova de idade
Em idade e a tudo embeleza.

Verdadeiramente – poder a esta declaração -
Que possa ser o solo do qual crescem
Todas as minhas ações. Amén.

Tradução - Sabira Christina e Lourdes Cordeiro

2-

Ó Fonte da Manifestação! Pai-Mãe do Cosmo
Focaliza Tua Luz dentro de nós, tornando-a útil.
Estabelece Teu Reino de unidade agora.
Que Teu desejo uno atue com os nossos,
assim como em toda a luz e em todas as formas.
Dá-nos o que precisamos cada dia, em pão e percepção;
desfaz os laços dos erros que nos prendem,
assim como nós soltamos as amarras que mantemos da culpa dos outros.
Não deixe que coisas superficiais nos iludam.
Mas liberta-nos de tudo que nos aprisiona.
De ti nasce a vontade que tudo governa,
o poder e a força viva da ação,
a melodia que tudo embeleza
e de idade a idade tudo renova.




3-

"Pai-Mãe, respiração da Vida,
Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos!
Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós
para que possamos torná-la útil.


Ajude-nos a seguir nosso caminho
Respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
Nosso Eu, no mesmo passo, possa estar com o Seu,
para que caminhemos como Reis e Rainhas
com todas as outras criaturas.

Que o Seu e o nosso desejo, sejam um só,
em toda a Luz, assim como em todas as formas,
em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.

Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
pois, assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos
iluda, E nos liberte de tudo aquilo que
impede nosso crescimento.


Não nos deixe ser tomados pelo esquecimento
de que o Senhor é o Poder e a Glória do mundo,
a Canção que se renova de tempos em tempos
e que a tudo embeleza.

Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações".


                                                 Recebido por e-mail.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Borboletas (Lute por seus sonhos) 21/12/2007 Butterflies (Fight for your dreams) 12/21/2007

A luta pelos sonhos nunca é fácil. Numa dessas batalhas, resolvi enviar ao escritor Paulo Coelho um de seus livros para que o autografasse para mim: O Monte Cinco (o meu preferido). Mas com um detalhe: dentro havia o meu primeiro CD, A Música do Mundo (versão amadora), para que ele o analisasse e com um pedido de ajuda. Não esperei resposta. Já havia tentado contato com ele várias vezes, sem sucesso e desta vez, deixei tudo por conta do Universo. A única coisa que desejava era receber ao menos uma resposta. Mesmo assim, se isso não acontecesse, não importaria. Algum tempo depois a secretária de Paulo me ligou, perguntando se o livro era meu para ser autografado. Eu, surpreso e meio confuso, confirmei. Ela me disse que iria demorar um pouco para receber o autógrafo. Não me importei. Finalmente Paulo recebeu o livro, o abriu e teve a surpresa: o CD, lá dentro. Dias mais tarde recebi um exemplar novinho em folha, com uma dedicatória "Lute por seus sonhos". O escritor mais famoso do Brasil e um dos mais famosos do mundo, havia, finalmente, respondido minha mensagem. Não era o que eu esperava, mas não me decepcionei. Ao menos uma parte de meu sonho estava realizada e finalizada.

Meditei sobre esse tema ao receber por e-mail um artigo chamado "Borboletas". Pensei muito sobre toda a luta que havia feito até hoje. Sobre o Caminho do Guerreiro, cheio de obstáculos e batalhas e sobre paradoxo com a Lei do Mínimo esforço. E descobri: devemos lutar por nossos sonhos, mas saber que lutar não significa sacrificar sua felicidade, seu bem estar, suas noites de sono. Devemos investir em nossos sonhos, com calma, serenidade, luta constante, porém, sem torná-la extenuante.
Devemos, como diz o texto abaixo, cuidar do nosso jardim, porque quando ele estiver finalmente bem cuidado, as borboletas virão. E se o mantermos sempre assim, elas o visitarão, constantemente.

                                                                                                              Lis-Andros            
Borboletas
Dê o que você tem de melhor e a vida lhe retribuirá!

Muitas vezes, passamos um longo tempo de nossas vidas correndo desesperadamente atrás de algo que desejamos, seja um amor, um emprego, uma amizade, uma casa, etc. Muitas vezes, a vida usa símbolos, acontecimentos que são sinais para que possamos entender que, antes de merecermos aquilo que desejamos, precisamos aprender algo importante, precisamos estar prontos e maduros para viver determinadas situações.

Se isso está acontecendo na sua vida, pare e reflita sobre a seguinte frase:

Não corra atrás das borboletas. Cuide do seu jardim e elas virão até você!

Devemos compreender que a vida segue seu fluxo e que esse fluxo é perfeito. Tudo acontece nos seu devido tempo. Nós, seres humanos, é que nos tornamos ansiosos e estamos constantemente querendo "empurrar o rio". O rio vai sozinho, obedecendo o ritmo da natureza. Se passarmos todo o tempo desejando borboletas e reclamando porque elas não se aproximam da gente, mas vivem no jardim do nosso vizinho, elas realmente não virão. Mas se nos dedicarmos a cuidar de nosso jardim, a transformar o nosso espaço (a nossa vida) num ambiente agradável, perfumado e bonito, será inevitável - as borboletas virão até nós!
Fonte desconhecida                                                 

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