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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Viva como as Flores - Autor Desconhecido


Em um antigo mosteiro budista, um jovem monge questiona o mestre: Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes, muitas são indiferentes.
Sinto ódio das mentirosas e sofro com as que caluniam.
Pois viva como as flores, orientou o mestre.
E como é viver como as flores? - Perguntou o discípulo.
Repare nas flores, falou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem, do adubo malcheiroso, tudo que lhes é útil e saudável... mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo inquietar-se com as próprias imperfeições, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o perturbem.
Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Será Que o Problema Não é Você? What the Problem Is Not You?

Depois de atravessar uma crise de identidade, depressão e vários outros problemas, minha esposa chegou para mim e disse: "Acho que o problema é você. Está sempre insatisfeito com tudo, nada está bom. Diz que algo te incomoda e quer fazer outra coisa, seguir outro sonho e quando consegue, continua insatisfeito." E eu parei para pensar. Quando trabalhava numa empresa estava morrendo (literalmente) de estresse. Meu coração palpitou certo dia, sintoma de ataque cardíaco, aos 27 anos de idade! Quando saí da empresa e passei a trabalhar para mim mesmo, passado algum tempo continuava estressado. Não tinha chefe, era dono do meu nariz e o mar-de-rosas que imaginei não chegava. Assim aconteceu com todas as coisas que eu queria fazer, fazia acontecer e quando estava vivendo aquilo ficava triste, deprimido e insatisfeito.

Eu nunca fui daqueles que se menospreza: "Como sou burro, estúpido", essas coisas eu não faço comigo. Sei que sou a expressão da perfeição divina, com limitações a serem superadas. Também não gosto da expressão "Eu ou você é culpado por isso!" Somos responsáveis, mas nunca culpados. Por isso, acabei confundindo as coisas e nunca me julguei responsável por minha insatisfação. Depois do que minha esposa me falou, eu simplesmente desatei, sem medo: "O problema sou eu". Para quem busca o auto-conhecimento, essa afirmação pode parecer estranha. Pode parecer. Mas não é.

Verificando percebi que eu realmente era uma pessoa deprimida por natureza e tinha a mania de achar que tudo estava ruim. Fiz um longo tratamento com Sérgio Scabia e após enviar um relatório manuscrito de várias e várias páginas e problemas, ele chegou a comentar que nunca havia visto um caso semelhante e de como eu estava longe e desconectado da Origem. O tratamento foi interrompido e eu me senti abandonado. Mas só depois percebi a eficácia do que Sérgio propunha: eu teria que resolver tudo sozinho, porque a resposta estava em mim. Mais tarde percebi que nenhum harmonizador, como os florais, resolveria o meu problema. Pois o problema era eu!

Com uma vida maravilhosa, com uma vida espiritual plena (embora com dificuldades e dúvidas, que todos que trilham este caminho possuem), com uma vida financeira boa (que para um bom taurino materialista deve contar grandes pontos), um casamento perfeito, com uma mulher bonita, inteligente e espiritualmente desenvolvida, eu realmente não tinha do que reclamar. Trabalhava em casa, tinha tempo e horários flexíveis, podia lutar por meus sonhos... Não que eu goste de comparar, mas existe muita gente que realmente tem motivos para ficar insatisfeito e deprimido, pois possuem problemas graves e reais. Mas eu não tinha! Minha vida era muito boa.

Finalmente eu descobri que, mesmo tendo consciência das coisas que eu tinha e da vida ótima que levava, o problema era que eu estava me deixando deprimir. Até o momento em que passei a exclamar "Eu Sou o Problema!" A partir daí, cada vez em que eu me sentia pressionado ou afetado pelas situações externas ou pelas pessoas, eu analisava bem o caso e conseguia descobrir se realmente aquilo era um problema ou se eu era o problema. E faço esta exclamação cada vez que estou diante de uma pessoa que aparentemente parece me incomodar, uma situação aparentemente estressante, um trabalho que parece me desgastar. Eu digo "Eu Sou o Problema!", e na hora um véu se rompe e eu enxergo com clareza. Pois, se isso é verdade, o problema desaparece.

Eu não digo que não existam situações que nos colocam para baixo, que não existam pessoas e eventos dramáticos que nos levam ao abismo. Mas às vezes, mesmo tendo uma certa preparação espiritual, ainda assim ficamos cegos váiras vezes e passamos a reclamar de coisas que estão aparentemente prósperas e harmoniosas. Simplesmente a gente se acostuma com essas coisas e as diminuímos desmerecidamente. Analise bem o seu caso e veja se você não é o problema que assola sua própria vida. 

Lis-Andros
www.lis-andros.com